Há que tempos que vos queria falar deste livro. Já foi editado há uns meses e foi escrito por uma amiga minha. Li-o ainda antes de ter sido editado porque ela mo pediu. Provavelmente se assim não fosse nunca o teria lido, porque é a história de uma criança que foi negligenciada, maltratada e violada. O tema arrepia-me e, quando há notícias sobre casos relacionados com este assunto na tv, eu desligo porque não quero saber. Porque dói ouvir as maldades que se fazem a crianças inocentes, indefesas e totalmente dependentes dos “crescidos” e sentir-me impotente para fazer algo que resolva o problema e amenize o sofrimento de quem é violentado.
No entanto, li o livro do princípio ao fim com a sensação de nem sequer ter respirado. A história é verdadeira e é impressionante. Impressiona a frieza que pode haver em adultos, o desdém que eles podem ter pelos outros, a sua incapacidade de amar, a sua falta de compaixão... E impressiona também a doçura com que uma criança pode olhar para a sua existência por mais áspera que ela seja, apesar da objectividade com que consegue descrever os factos.
A menina desta história sobrevive porque se aconchega sempre nas memórias que tem dos contos de fadas que lhe foram sendo contados por um tio. O texto é escrito pela mão de uma pessoa adulta mas baseado nos escritos da própria protagonista. A história é brutal, mas possui momentos de infinita ternura e magia.
A menina desta história sobrevive porque se aconchega sempre nas memórias que tem dos contos de fadas que lhe foram sendo contados por um tio. O texto é escrito pela mão de uma pessoa adulta mas baseado nos escritos da própria protagonista. A história é brutal, mas possui momentos de infinita ternura e magia.
Eu própria me senti violentada por ter que ler o texto, mas não consegui parar de lê-lo. No fim percebi que é importante conhecermos o que pode passar-se à nossa volta, ou mesmo connosco e compreender que, por mais árdua que seja a nossa vida, por mais obstáculos que se nos deparem, é sempre possível ultrapassá-los e construir uma existência feliz e plena de bondade para com os outros.
(As Bruxas da Serra da Fóia foi escrito por Maria Emília Pires e editado pela Animamundi.)
Um comentário:
Thank you for the paper clip tip :)
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